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Boas práticas de segurança da informação: quais são e qual a importância?

Entenda a importância de conscientizar e educar seus colaboradores sobre hábitos essenciais de segurança da informação.

Boas práticas de segurança da informação: quais são e qual a importância?
Ramon de Souza

Ramon de Souza

(ISC)² Certified in Cybersecurity | Journalist | Author | Speaker

 min de leitura

 

Em um contexto corporativo cada vez mais digital e interconectado, a segurança da informação deixa de ser apenas um conceito técnico para se tornar um pilar estratégico de gestão. Mas afinal, o que é segurança da informação?

Trata-se do conjunto de políticas, processos, tecnologias e comportamentos que têm por objetivo proteger dados, sistemas e redes contra acessos não-autorizados, interrupções ou modificações indevidas. A conscientização dos colaboradores sobre essas boas práticas assume um papel central para garantir a integridade dos ativos corporativos e resguardar a reputação da empresa.

Entendendo o valor dos ativos de informação

Antes de mergulhar nos pilares e princípios, é essencial reconhecer que os dados corporativos são ativos valiosos: relatórios financeiros, informações de clientes, segredos comerciais e propriedade intelectual representam competitividade e diferenciação no mercado.

A perda ou exposição indevida desses ativos pode gerar prejuízos financeiros, sanções regulatórias e danos à imagem institucional. Por isso, educar cada membro da organização — de estagiários a diretores — é o primeiro passo para instaurar uma cultura de segurança da informação.

Pilares da segurança da informação

Os pilares da segurança da informação — confidencialidade, integridade e disponibilidade — formam a base de qualquer programa robusto de proteção:

  • Confidencialidade: garante que apenas usuários autorizados tenham acesso aos dados. Sem confidencialidade, informações estratégicas podem ser vazadas, impactando negociações e competitividade.
  • Integridade: assegura que as informações não sejam alteradas ou corrompidas de forma não-autorizada. A manipulação indevida de dados pode comprometer relatórios financeiros, previsões de vendas e análises de mercado.
  • Disponibilidade: garante o acesso aos dados sempre que necessário. Sistemas indisponíveis paralisam operações, prejudicando atendimento ao cliente e processos internos.

Compreender esses pilares é fundamental para que as equipes saibam por que cada prática recomendada existe e qual risco está mitigando.

Princípios e política de segurança da informação

A definição de princípios da segurança da informação e a elaboração de uma política de segurança da informação consolidam as expectativas da empresa em relação à proteção de dados. Na prática, esses documentos devem conter:

  • Escopo e objetivos: delimitar quais ativos, áreas e processos estão sob a governança de segurança;
  • Responsabilidades: atribuir papéis e responsabilidades claras para gestores, equipe de TI e usuários finais;
  • Classificação de dados: categorizar informações conforme criticidade e sensibilidade, determinando níveis de acesso e proteção;
  • Procedimentos de resposta a incidentes: estabelecer fluxos de comunicação, escalonamento e contenção em caso de violações;
  • Revisões e auditorias: realizar avaliações periódicas para validar a conformidade e a eficácia das medidas adotadas.

Uma política de segurança da informação bem estruturada não é apenas um documento burocrático, mas sim um guia prático que alinha o comportamento dos colaboradores às diretrizes de proteção.

Senhas e autenticação multifator: a primeira linha de defesa

Uma das práticas mais acessíveis, porém ainda negligenciada, é a criação e gestão de senhas fortes. Recomenda-se que as senhas tenham, no mínimo, 12 caracteres, combinando letras maiúsculas, minúsculas, números e caracteres especiais. Além disso, a substituição periódica — a cada 60 ou 90 dias — reduz o risco de comprometimento prolongado.

Para elevar o grau de proteção, a autenticação multifator (MFA) adiciona camadas de segurança ao exigir um segundo fator além da senha, como um token físico, código enviado por SMS ou aplicativo de autenticação. A implantação de MFA em sistemas críticos e portais de acesso remoto mitiga drasticamente ataques de phishing e invasões por força bruta.

Manutenção e atualização de sistemas

Outro pilar essencial para garantir a segurança da informação é manter sistemas operacionais, softwares de aplicação e soluções de segurança (antivírus, antimalware, firewalls) sempre atualizados. Atualizações regulares corrigem vulnerabilidades conhecidas exploradas por cibercriminosos.

Backup e recuperação de dados

O backup (também chamado de cópia de segurança) é uma medida clássica, mas muitas vezes mal-executada. Estratégias recomendadas incluem:

  • Política de backup 3-2-1: pelo menos três cópias dos dados, em dois tipos de mídia, sendo uma fora do local principal;
  • Testes regulares de restauração: validar a integridade dos backups e o tempo de recuperação;
  • Criptografia dos backups: proteger as cópias contra acessos indevidos;
    Automatização dos processos: reduzir erros humanos e garantir consistência.

Em caso de falhas de hardware, corrupção de dados ou ataques de ransomware, a disponibilidade dos backups minimiza o tempo de inatividade e evita perdas irreversíveis.

Conscientização e treinamento de colaboradores

A engenharia social e o phishing continuam entre as principais portas de entrada para ataques. Por isso, investir em programas de conscientização e treinamento contínuos é imprescindível. Boas práticas incluem:

  • Simulações de phishing: enviar e-mails falsos para testar a reação dos colaboradores e identificar áreas de vulnerabilidade;
  • Workshops interativos: discutir casos reais, demonstrar ferramentas de análise de URL e principais características de mensagens maliciosas;
  • Materiais educativos periódicos: newsletters, cartilhas e vídeos que reforcem conceitos de segurança;
  • Campanhas de comunicação interna: divulgar estatísticas de incidentes e celebrar boas práticas.

Uma equipe bem treinada e atenta age como uma barreira viva, detectando ameaças que muitas tecnologias ainda não conseguem identificar.

Compliance e padrões internacionais

Alinhar-se a normas e frameworks — como ISO/IEC 27001, NIST Cybersecurity Framework e Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) — reforça a credibilidade junto a clientes, parceiros e órgãos regulatórios. As certificações demonstram compromisso com a qualidade, a integridade e a confidencialidade das informações, abrindo portas para novos mercados e contratos.

Em resumo...

Implementar e disseminar boas práticas de segurança da informação não é tarefa pontual, mas um processo contínuo que envolve tecnologia, processos e, sobretudo, pessoas. Ao entender o que é segurança da informação e adotar políticas e princípios claros, a empresa constrói resiliência contra ameaças cibernéticas.

A combinação de pilares da segurança da informação, uso de senhas fortes, atualizações regulares, backup eficiente, treinamentos, controle de acesso, criptografia e monitoramento garante um ambiente corporativo mais seguro e preparado para desafios futuros. Dessa forma, a organização não apenas protege seus ativos, mas fortalece sua reputação e competitividade no mercado.

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